O cenário de calamidade ambiental que vem se instalando no         Cerrado da década de 1970 para cá, finalmente foi reconhecido pelo governo federal.         Enquanto pouco ou nada era feito, o desmatamento do Cerrado, só cresceu. Entre 2002 e         2008, ele foi o dobro do ocorrido da Floresta Amazônica – representando a supressão         vegetal de 127,5 mil quilômetros quadrados (km2) em seis anos, ou 21 mil km2 por ano,         contra 10 mil km2 na floresta. 
A degradação do bioma – ocupado por dez Estados mais o         Distrito Federal – já é responsável pelo mesmo nível de emissões de gás         carbônico da Amazônia. Mais ainda: 12 mil espécies teriam simplesmente desaparecido do         Cerrado, enquanto a desertificação e o avanço de culturas agressivas como a da cana de         açúcar, só aumentaram. 
Como realidade, essas mudanças há anos já são sentidas na         pele pelas populações que habitam as 11 unidades da federação que ficam nos 2 milhões         de quilômetros quadrados de Cerrado. Como dado oficial, a maioria dessas informações         foi referendada ontem com a divulgação de um estudo do Ministério do Meio Ambiente         (MMA).
A pecuária extensiva e o plantio da soja para exportação,         aponta o estudo, são os vilões da degradação do Cerrado. No período estudado (2002 a         2008) a área desmatada cresceu 6,3%, saltando de 41,9% para 48,2%, quase 1 milhão de         quilômetros quadrados limpos, metade da área do bioma.
Enjeitado, como o patinho feio dos biomas brasileiros, o         Cerrado luta até para ter sua importância reconhecida. Há vários anos o Congresso         Nacional empurra a votação de projeto de emenda constitucional que propõe a         transformação do bioma em Patrimônio Nacional.
Fonte: Jornal O Popular, 11 de setembro de 2009 
sexta-feira, 11 de setembro de 2009
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